[ARTIGO] “Escrever à mão ajuda mais a aprender que digitar”, por Jurandir Craveiro
Escrever à mão ajuda mais a aprender que digitar
Por Jurandir Craveiro (*)
Ao assistir uma aula não troque a anotação à mão pela digitação no laptop, se quiser aprender mais, segundo uma pesquisa publicada no Scientific American, no ano passado.
Anotar, sublinhar, destacar ou sintetizar qualquer informação à mão, por escrito, no papel, é muito melhor para entender e aprender do que digitar essa mesma informação.
Os cientistas Pam Mueller e Daniel Oppenheimer pesquisaram centenas de estudantes universitários de Princeton e UCLA e chegaram à conclusão de que a escrita manual exige mais esforço e concentração dos neurônios, favorecendo enormemente o processo de aprendizagem.
Observaram que os “estudantes que anotaram à mão lembraram-se mais e entenderam melhor a matéria” do que os que usaram computadores. Quem usa um laptop digita mais rapidamente, anota mais e é mais literal do que quem escreve à lápis ou caneta. Torna-se mais mecânico e menos reflexivo em comparação com a escrita mais lenta.
Além de medir o aprendizado no curto espaço de tempo – um hora depois de feita a anotação na aula – a pesquisa também mediu-o depois de uma semana. Seria de se esperar que, no longo prazo, a quantidade maior de informação digitada daria uma vantagem ao que usaram computador ao invés da escrita à mão. A pesquisa constatou exatamente o contrário, que os usuários de laptop sabiam menos do que os de caderno.
Os cientistas explicam que a caligrafia pessoal e as palavras escolhidas pelo anotador à mão funcionam como estopins da memória, recriando mentalmente tanto o contexto (os processos mentais, as emoções, as conclusões) quanto o conteúdo (os fatos específicos) da aula original.
Leia o artigo completo de Cindi May no Scientific American: “A Learning Secret: Don’t Take Notes with a Laptop”.
Diz o Scientific American: “Cindi May é Professora de Psicologia no College of Charleston. Estuda mecanismos para otimizar a funcão cognitiva de estudantes universitários, adultos idosos e deficientes mentais.”
(*) Jurandir Craveiro é planejador de marca e comunicação. Foi fundador da agência NBS. É presidente do Conselho Diretor do Instituto Socioambiental, vice-presidente do Grupo de Planejamento (GP) e autor do Blog do Jura.